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Um ano de pandemia – Reflexões e desabafo

Conteúdo atualizado em 11 de janeiro de 2023
nossa última viagem longa – Prado-BA em dezembro de 2019

Faz um ano que tirar uma foto como essa não é mais possível, pois nela tem viagem, aglomeração de pessoas, restaurantes e lojas cheias de gente. Depois de 15 de março de 2020, nada mais foi como antes – mas considero o dia 19 como “aniversário” da pandemia para nós. Dia 19 de março é feriado municipal aqui onde moramos, e no ano passado, depois dessa data, as escolas fecharam e passamos meses sem sair de casa. Cá estamos em um novo feriado, um ano depois, e a situação não podia ser mais catastrófica, pois o que temíamos naquele longínquo 19 de março de 2020 virou realidade: a pandemia tomou conta do Brasil, o número de mortos não para de subir, os hospitais estão superlotados, todo mundo conhece alguém que morreu em consequência da Covid. Alguém mais sente que uma vida se passou desde então?

via @bichinhosdejardim

Um ano de medo – de adoecer, de não aguentar, de perder alguém, de morrer.

Um ano sem planos, sem viagens, sem passeios, sem visitas, sem festas, sem encontros. Com uma escapada aqui outra ali, mas sempre com medo e com aquela dúvida assombrando: será que deveríamos?

passeio em setembro de 2020

Um ano sem escola normal, sem brincadeiras no recreio, sem abraços das professoras, sem festa de Natal, de dia das mães ou troca de faixa de judô. Porque escola é muito mais que conteúdo. E aula online é uma crueldade para as crianças, para as mães e para os professores – embora seja o que dá para fazer no momento.

última festa de Natal na escola – dezembro de 2019

Um ano que, para os adultos, foi só mais um ano, afinal ter 40 ou 41 anos dá quase na mesma. Mas para as crianças e os mais velhos foi um ano de oportunidades perdidas, pois não se tem 7 ou 70 anos de novo.

Um ano triste, tumultuado, tenso, cheio de incertezas. De decisões difíceis, muitas delas envolvendo o balanço risco x sanidade mental.

volta às aulas presenciais – outubro de 2021

Um ano em que perdi a conta das noites maldormidas; de quantos planos foram feitos, refeitos, cancelados; das vezes que consolei os malinhas (e chorei junto).

Um ano em que meu coração se partiu um pouquinho a cada vez que um filho foi dormir chorando de saudade dos amigos e da escola, a cada abraço que dei para consolar uma filha que não ia comemorar o aniversário (ou Natal, Páscoa e todas as datas festivas), a cada vez que perdi a paciência por também estar esgotada. Foram tantas vezes que me pergunto se vai ter conserto.

Um ano em que paciência, resiliência e persistência foram elevadas a patamares que nunca imaginei possíveis desde que me tornei mãe.

Um ano em que perdi a fé na humanidade não uma, mas várias vezes, e vi que a cegueira e o egoísmo das pessoas podem não ter limites.

Um ano que provou, mais que nunca, a importância da ciência. E dos professores. E de bons líderes.

Um ano de maus exemplos e desempenho sofrível (com consequências desastrosas) de quem deveria cuidar das políticas públicas no nosso país, cuja preocupação maior parece ser a próxima eleição e não a vida e saúde das pessoas.

via IG @escoladepassarinhos

Um ano de gente morrendo bem antes da hora – mães, pais, irmãos, avós, netos, amigos, que se foram cedo demais.

Um ano em que “novo normal” (odeio esse termo!!), “protocolos de segurança”, “álcool em gel” e “máscara” se tornaram termos corriqueiros de qualquer conversa.

Um ano em que ser bem informado deixou o estômago embrulhado e o coração apertado.

tentando respirar ar puro na pracinha do bairro – fevereiro de 2021

Depois de um ano, o Covid chegou na nossa casa. Felizmente, até agora, de forma branda. Mas o impacto do positivo no resultado do exame tira o ar e aperta o peito, tamanho o medo – de passar, de pegar, de precisar de UTI e não ter vaga, de morrer sozinho, de faltar para as crianças. Vemos esse medo em nós e também na família e nos amigos, que nos pedem boletins diários, tamanha a preocupação.

Resta viver um dia por vez. Como digo sempre para as crianças, focar no que temos de bom e não ficar pensando só no que é ruim. Agradecer pela nossa casa, nosso conforto, nossa saúde, nossos imensos privilégios, quando há tantos que não têm essa sorte. Aceitar que há dias de sol e dias cinzentos, e que tudo bem ficar triste de vez em quando. E esperar que um dia poderemos voltar a tirar fotos como aquela lá do início do post, de férias em família, sem máscaras e sem preocupações.

❤ Para quem nos lê e perdeu alguém, um abraço apertado. 

❤ Para quem recebeu o susto do positivo também, desejamos força e paciência para manter o isolamento pelo tempo que for necessário.

❤ Para quem está exausto, toca aqui. Estamos todos exaustos, mas vivos. Inspira e expira. E não ligue a TV nem olhe notícias pelo celular por alguns dias.

Não é a primeira vez que escrevo sobre isso. Os posts relacionados são esses:

👉REFLEXÕES SOBRE ISOLAMENTO SOCIAL – COMO ESTÁ SENDO NOSSA EXPERIÊNCIA  em 19 de abril

👉 (NOVAS) REFLEXÕES SOBRE NOSSO ISOLAMENTO SOCIAL – 1 MÊS DEPOIS em 17 de maio

👉  RETROSPECTIVA 2020 – O ANO QUE TODO MUNDO QUER ESQUECER em 18 de dezembro

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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5 respostas

  1. Incrível já termos completado um ano de pandemia. Seria impossível imaginar que ainda estaríamos assim. Me identifiquei com suas reflexões e seu desabafo.

  2. Muito interessante seu desabafo sobre esse agora , mais de um ano de Pandemia! E realmente, essa frase viva um dia de cada vez, nunca fez tanto sentindo! Seguimos adiante, fazendo o nosso possível e tendo fé por dias melhores! Um abraço!

    1. Tem que ser assim, senão a gente enlouquece por não conseguir planejar nada para o futuro. Mas tenho esperança na vacinação e que dentro de alguns meses a situação vai melhorar de fato.

  3. Belíssima reflexão sobre este ano de pandemia, Cíntia. Sinto a mesma preocupação e percebo os mesmos defeitos em nossos governantes. Uma pena que nem mesmo a saúde da população tenha feito com que parassem de pensar em eleição. Mas o mundo gira, e nós vamos sobreviver a tudo isso e nos lembrar deste período tão difícil que estamos vivendo. Fiquem bem. Vcs são epseciais. beijos

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