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Viagem com distanciamento social – é possível?

Conteúdo atualizado em 16 de abril de 2023

Por aqui estamos desde meados de março vivendo de maneira contida, respeitando ao máximo o isolamento social, tentando tirar desse monte de limões uma limonada (ou caipirinha, dependendo do dia 😄). Para quem nunca ligou muito de passar fins de semana e férias em casa deve ser mais fácil, mas e para aqueles que, como nós, sentem aquele apelo irresistível de passear por aí?

Estou aqui fazendo piada mas a situação é muito séria. Nos últimos meses, poucas foram as boas notícias – eu mesma aboli o noticiário e só me informo o essencial – e a cada dia parecia que a doença estava mais perto de nós. Um vizinho, um conhecido, um parente próximo de algum amigo nosso… felizmente não tivemos ninguém realmente próximo gravemente doente. Mas o medo permanece, assim como a inquietação: até quando teremos que manter o distanciamento social?

Confesso que já abrimos aqui algumas exceções: já levamos as crianças para encontrar um amigo ou outro na praça perto de casa, já visitamos os parentes próximos (poucas vezes, vale dizer), liberamos algumas atividades dos malinhas fora de casa. Como é sabido, as aulas ainda permanecem online mas a pleno vapor, e resolvemos então aproveitar a semana de férias concedida pela escola para tentar fazer o que fosse possível fora de casa, com cara de viagem pero no mucho 😉

Depois de muita conversa e ponderação, chegamos à conclusão que o menor risco seriam programas ao ar livre. Para alguns dias fora de casa, assim como outras famílias que conhecemos, optamos por alugar uma casa pelo Airbnb por considerarmos uma alternativa mais segura, especialmente em termos de refeições – frequentar bares e restaurantes é algo que escolhemos não fazer por enquanto. E para aproveitar os preços baixos dessa época, entre inverno e verão, escolhemos uma praia tranquila em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo e a menos de 2 horas da nossa casa. Levamos tudo de casa (até nosso mascote coelhinho 🐰😉) e assim só saímos para ir à praia, que ficava a um quarteirão da casa onde nos hospedamos.

O post completo sobre a Lagoinha é esse: COMO É A PRAIA DA LAGOINHA EM UBATUBA

O clima nos meses de inverno no litoral de São Paulo é uma loteria – pode-se tanto dar uma sorte danada, com dias lindos e quentes, quanto pegar um período de frente fria e não conseguir pôr o pé na areia. Para nossa sorte, uma frente polar havia passado pelo estado na semana anterior à da nossa viagem, e pegamos dias lindos de sol – cuja contrapartida foi praia relativamente cheia. Embora não estivesse lotada (comparado a tempos normais, obviamente), escolhemos sempre ficar em locais com menos pessoas, mantendo uma certa distância das outras barracas. Quase deu para esquecer a pandemia, o “lembrete” ficou por conta das máscaras e protetores faciais dos ambulantes e atendentes dos quiosques – e nos momentos em que fomos caminhar pela praia optamos por usar também as máscaras, pois cruzávamos com muita gente.

Foi um risco? Talvez, pois somente não saindo de casa a proteção é completa, e ainda assim nada é garantido. Mas fez um bem danado à saúde mental de todos aqueles dias fora de casa, ao ar livre, aproveitando o mar (que os malinhas amam) e deixando para trás por uns momentos toda a carga que estamos carregando desde março.

E para completar a semana de férias fomos novamente ao Zooparque Itatiba. Quando estivemos lá em janeiro (post aqui: COMO É O ZOOPARQUE ITATIBA NO INTERIOR DE SP) ficamos na expectativa de voltar para conhecer a nova atração, um museu que abordaria a biodiversidade do mundo e o processo de evolução, e que estava com previsão de inauguração em abril. Mas com a pandemia e o fechamento do zoo, o museu ficou pronto sem inauguração formal e foi aberto junto com a reabertura do zoo, em 1 de agosto. Aproveitamos uma promoção de ingressos online e fomos durante a semana, seguindo as orientações: agendamento da data da visita e uso de máscaras.

Vale dizer que o museu ficou muito bacana e meu pequeno dinolover – que estava muito ansioso para conhecê-lo – amou a nova atração. Também nos sentimos bastante tranquilos porque a área é grande, e mesmo cruzando com outros visitantes durante a trilha não havia aglomeração. O restaurante e as cantinas estavam abertos, mas evitamos comer durante o passeio e deixamos para lanchar somente no final, onde há uma área reservada para piquenique.

Então, em relação à pergunta do título deste post – viagem com distanciamento social, é possível? – a resposta é: depende. Depende de algumas escolhas e de ponderar alguns riscos. Por aqui, nossas premissas foram:

👉 não temos ninguém com problemas de saúde em nossa família, não entre nós 4 (eu, marido e malinhas), e não estamos convivendo de perto com os mais velhos da família estendida (nossos pais, por exemplo)

👉 marido não parou de trabalhar, portanto já está exposto ao ambiente externo todos os dias

👉 achamos que restaurantes e bares apresentam maiores riscos, pois são locais em que as pessoas permanecem por algum tempo e ficam sem máscaras (para poder comer e beber). Manter uma distância segura também pode ser mais complicado em ambientes menores – e por isso optamos por não comer fora de casa.

👉 lugares abertos e ao ar livre, onde se possa ter contato com a natureza, de preferência com poucas pessoas e mínima necessidade de interação, como parques e praias (contanto que não estejam cheios), podem ser uma ótima opção para sair de casa para espairecer.

Vale dizer que essa é a nossa realidade e de forma alguma estamos encorajando todos a saírem de casa ou dizendo que a pandemia acabou e está seguro seguir com a vida normalmente. Mas com a crescente reabertura dos lugares públicos e com tantas restrições na rotina diária (que está longe de estar normal, especialmente para quem tem crianças em casa) a grande maioria das pessoas já chegou a seu limite e necessita de um respiro para o bem de sua saúde mental. Já são tantos meses de medo e angústia que vale a pena pesar os riscos e benefícios, sem exageros.

Mais posts sobre o assunto e as nossas experiências aqui:

↪ REFLEXÕES SOBRE ISOLAMENTO SOCIAL – COMO ESTÁ SENDO NOSSA EXPERIÊNCIA

↪ (NOVAS) REFLEXÕES SOBRE NOSSO ISOLAMENTO SOCIAL – 1 MÊS DEPOIS

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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16 respostas

  1. Muito interessante seu relato sobre a segurança de voltar a viajar com distanciamento social. ainda nao me arrisquei mas confesso que estou com muita vontade 🙂 vou reconsiderar…

  2. Acho que o novo normal é isso mesmo que relatastes no post, a gente que está acostumado a ter "rodinhas nos pés", não consegue mais esperar. Aluguel de casas e apartamentos tbm tem sido nossas opções por aqui, pois viagem com distanciamento é possível sim.

  3. Acho que viagem com distanciamento social é possível sim. Principalmente se for uma viagem para locais mais isolados, longe das grands metrópoles e multidões. Aos poucos podemos retomar nosso ritmo de viagem pré-pandemia, mas agora o momento é de viajar de forma isolada.

  4. Suas colocações são muito válidas. Gostei muito de ler este artigo. Ainda não tive coragem de fazer nenhuma viagem, mas estou fazendo turismo doméstico e de aventura, bem longe de aglomerações. Abs!

  5. Que bacana saber que de alguma forma puderam passear. Fizemos quase igual, alugamos uma casa no sul da Bahia, levamos tudo, e deu para descansar demais!!

  6. Eu achei super válida essa experiência e acredito que vocês conseguiram viajar e manter o distanciamento social. E como vocês tem várias opções perto de casa,fica tudo mais fácil. Por aqui ainda não temos previsão de pegar a estrada, vamos aguardar um pouco mais.

  7. Eu também não tive ninguém muito próximo que morreu de covid mas MUITOS amigos meus pegaram e muitos parentes de amigos, e colegas tiveram gente que morreu na família. Pessoas no trabalho do meu marido também se foram. Por mais que eu ame viajar, não saio de casa desde março e me sinto bem, porque pra mim, ficar em casa e fazer a minha parte e salvar vidas. Vou viajar quando as coisas melhorarem, se estabilizarem e alguns meses depois que a curva cair. antes disso , pra mim, nem pensar.

  8. Legal saber que vocês viajaram durante a pandemia mas tomando todos os cuidados. Também fui a praia mas só vi de longe pois tinha TANTA GENTE e todos sem máscara que só de ver já me deu aflição.

  9. Eu ainda não tive coragem nenhuma de fazer uma viagem mesmo com distanciamento social, já vi muitas pessoas fazendo e vi que é possível, com esses cuidados de alugar uma casa, levar tudo de casa, procurar locais afastados. Mas eu não consigo nem pensar em viagem ainda, e até que estou bem porque tenho cuidado da minha saúde mental passando com psicólogo.

  10. Ótima reflexão. É possível fazer uma viagem com distanciamento social. Depende do destino e da postura da família. Nós fizemos uma em julho e correu tudo bem. Mas infelizmente muitas pessoas não estão preocupadas com esse isolamento!

  11. Achei bem interessante o teu relato, estamos em isolamento desde março, e estamos saindo bem aos poucos, pois tivemos a sorte de poder ficar em trabalho remoto. Mas depois deste tempo todo quem ama viajar começa a surtar. Então aos poucos estou me organizando para uma viagem neste novo normal.

  12. Bem importante o seu post e os esclarecimentos sobre a possibilidade de se fazer viagem com distanciamento social. Concordo que cada um tem que fazer a sua analise dentro de sua realidade. Eu, por aqui, tenho feitos pequenas viagens, por perto e tomando todos os cuidados necessários.

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