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7 filmes da Netflix fora do circuito de Hollywood

Conteúdo atualizado em 8 de junho de 2023

Não sei vocês, mas pela impossibilidade de sair de casa para passear e viajar nesse período de isolamento social, estamos assistindo muito mais filmes – e inclusive saindo do lugar-comum de assistir só a filmes americanos ou falados em língua inglesa, passamos a explorar filmes de outras nacionalidades. Além da estranheza de ouvir outra língua – o que por si só já é uma viagem! – é uma delícia poder “viajar” por outros países, com paisagens e costumes bem diferentes. Eu acho interessantíssimo ver como o senso de humor e a maneira de retratar dramas humanos são bem diversos ao redor do mundo.

Para quem também quer se aventurar nessa linha, segue uma listinha de 7 filmes desse tipo que assistimos recentemente e gostamos muito, todos disponíveis na Netflix.

1 – O Zoológico de Varsóvia (Polônia, 2017)

Embora seja falado em inglês (com sotaque bem forte, mas ainda assim inglês), é um filme polonês com atores de diversas nacionalidades. O roteiro é baseado no livro de memórias de Antonina Zabinski que, junto com seu marido Jan, foi responsável pelo salvamento de mais de 300 pessoas durante a 2a Guerra Mundial.

Em 1939, a Alemanha invade a Polônia e a família que administra o zoo de Varsóvia – um dos maiores da Europa na época – adere à resistência e utiliza as dependências do zoológico para salvar centenas de judeus ao longo dos 6 anos de guerra, bem nas fuças do exército alemão. Como quase todo filme que retrata essa época, é de revirar o estômago assistir aos horrores impostos pelos nazistas (a cena das crianças deixando o gueto de Varsóvia e embarcando no trem rumo a Treblinka e à morte certa é de partir o coração) e impressionante a coragem das pessoas que se dispuseram a ajudar desconhecidos, mesmo correndo um perigo imenso. 

A atuação da protagonista – a “zookeeper´s wife” do título em inglês – é muito tocante, e é muito interessante o contraponto entre a inocência dos animais e a bestialidade humana, especialmente no início do filme. Para quem tem filhos maiores (a indicação é para maiores de 14 anos) pode ser uma excelente oportunidade de conversar sobre isso e sobre esse período tão sombrio da História recente.

Link para o trailer aqui: O Zoológico de Varsóvia

2 – Milagre na Cela 7 (Turquia, 2019)

Esse filme tem dado o que falar! Já tinha ouvido que era um drama para chorar com gosto mas embora seja mesmo emocionante, derrubei menos lágrimas do que o esperado. Esse filme turco (por si só pouco usual) conta a história de um homem com deficiência intelectual, que vive num vilarejo com sua filha pequena e sua avó. Pouco se sabe da mãe da menina, apenas é mencionado que está morta. A relação entre Memo, o pai, e sua filha Ova é linda e responsável pelo tal “milagre” do título.

Memo é injustamente acusado de assassinato de uma criança, filha de um importante general do exército, e acaba preso e condenado à morte num processo extremamente injusto e rápido. Com o passar do tempo, seus colegas de cela (todos de fato criminosos) se convencem de sua inocência, se comovem com seu amor pela filha e passam a ajudá-los, com a conivência do diretor do presídio. A convivência com Memo passa a operar uma mudança no caráter dos próprios prisioneiros, dando origem a diversas situações cômicas e tocantes ao mesmo tempo. Não vou contar mais para não dar spoiler, mas adianto que é um filme lindo e com final surpreendente (apesar de meio forçado).

A indicação de faixa etária é 14 anos, muito devido a algumas cenas de violência, mas acredito que é possível assistir junto com crianças mais novas.

Link para o trailer aqui: Milagre na Cela 7

3 – Lion (Austrália-Reino Unido, 2016)

Mais um filme baseado numa história real e capaz de tocar os corações mais duros! É impossível não se comover com o drama do pequeno Saroo, que mora com sua família numa região rural e muito pobre no interior da Índia. Um belo dia, ele vai com seu irmão mais velho até a estação de trem próxima à sua casa e acaba se perdendo, embarcando sozinho num trem para Calcutá. Com apenas 5 anos e sem saber dizer o nome do local onde mora, acaba indo parar num orfanato (depois de um tempo angustiante perdido na cidade) e é adotado por uma família australiana (o toque hollywoodiano é a atriz Nicolle Kidman, que faz o papel da mãe adotiva). Vale dizer que a atuação do menininho protagonista dessa parte do filme é sensacional!

A segunda parte mostra Saroo 20 anos depois, como um estudante universitário que começa a ficar obcecado em se lembrar de onde veio – o nome da região onde nasceu, do jeito que ele se recorda, não existe. Até que um dia ele tem um insight e consegue relacionar esse nome com um que de fato existe no mapa, e parte rumo a encontrar sua família de origem.

Aquela pobreza chocante que normalmente aparece em filmes que retratam a Índia também dá as caras neste drama, indicado a vários Oscars. Para quem é mãe como eu, é impossível não se angustiar em ver aquele menino tão pequeno perdido e pensar no desespero da mãe dele. As cenas finais, quando ele finalmente chega ao lugar de sua infância, são muito emocionantes.

A indicação etária é a partir de 12 anos, portanto é um filme que pode ser assistido em família.

Link para o trailer aqui: Lion

4 – Thi Mai (Espanha, 2017)

Filme levinho estilo Sessão da Tarde, sem grandes pretensões dramáticas. Apesar de ser um filme espanhol, a maior parte da história se passa no Vietnã – daí o título Thi Mai, que é o nome de uma menininha órfã vietnamita.

Três amigas viajam ao Vietnã: uma solteira recém demitida do emprego, uma dona-de-casa negligenciada pela família toda, e uma mãe que acabou de perder a filha num acidente de carro. Essa última descobre que o processo de adoção que a filha aguardava há tempos foi aprovado logo após a sua morte, e ela sai em busca de satisfazer esse desejo da filha e tentar adotar a pequena Thi Mai, que aguarda num orfanato no Vietnã. No meio do caminho contam com a ajuda de um rapaz rejeitado pelo namorado que conhecem no aeroporto, e após muitas peripécias e descobertas pessoais retornam à Espanha com a menina. 

Link para o trailer aqui: Thi Mai (com legendas em inglês, não encontrei trailer com subtítulos em português)

5 – Bem-vindo a Marly-Gomont (França, 2016)

Mais um filme baseado numa história real. Em meados da década de 70, um médico congolês recém formado aceita uma oferta de trabalho numa cidadezinha no interior da França. Sua intenção era fugir da ditadura em seu próprio país e se estabelecer com a família (mulher e 2 filhos) em território francês. Apesar dos momentos cômicos (os franceses fazendo graça com sua fama de pouco afeitos à higiene pessoal, por exemplo) é impossível não se comover com as dificuldades da família negra e africana para ser aceita numa comunidade extremamente conservadora e racista – fica bem claro em vários momentos o que a França metrópole pensa de suas antigas colônias na África. Ao final, eles acabam se integrando e se tornando figuras super queridas na cidade, não sem antes passar por vários perrengues e situações constrangedoras. 

Um filme que faz pensar, especialmente nesse momento em que explodem manifestações contra o racismo em diversas partes do mundo, muito bom para assistir em família e conversar a respeito.

Link para o trailer aqui: Bem-vindo a Marly-Gomont

6 – Viver duas vezes (Espanha, 2019)

Outro drama com detalhes cômicos – e aqui digo cômico no peculiar senso de humor espanhol, que com frequência beira o grosseiro. Um professor de matemática viúvo e meio ermitão descobre estar nos primeiros estágios do mal de Alzheimer, e isso o leva a construir toda uma nova relação com sua família. Obcecado por encontrar um antigo amor de adolescência (por saber que em breve irá esquecê-la de vez) e ajudado pela neta pré-adolescente, a família toda se põe em marcha no intuito de encontrar essa mulher, partindo numa road trip com diversos momentos engraçados.

Uma maneira até certo ponto leve de encarar essa doença tão difícil para a família toda, não só para o doente, e o filme consegue mostrar a evolução dela – os lapsos de memória cada vez mais frequentes, a capacidade intelectual se deteriorando, a fase da agressividade, até o completo apagão –  sem cair no dramalhão. E é tocante ver a evolução das relações familiares junto à evolução da doença. Destaque para as atuações do protagonista e da menina que faz sua neta, a afinidade dos dois é linda.

Trailer aqui: Viver duas vezes

7 – A Escalada (França, 2017)

Mais um filme leve, mas com sutis críticas sociais e um olhar completamente novo ao batido assunto “superação pessoal atingida através de obstáculos da natureza”. Digo isso porque tenho certa birra de histórias de pessoas que enfrentaram situações muito adversas – neve, desertos, montanhas, frio ou calor extremos – e ao final vem aquela moral duvidosa de que com perseverança tudo é possível. Baseado livremente na história real de um imigrante francês que subiu ao Everest em 2008 sem nunca ter tido outra experiência de escalada, o filme conta de maneira bem-humorada a aventura de Samy, um jovem francês filho de imigrantes africanos, que mora na periferia de Paris. Meio sem rumo na vida, assim como muitos outros jovens da área, ele é apaixonado por sua vizinha Nadia, que não o leva a sério justamente por ele não ter muito rumo na vida. Uma noite ele diz a ela que faria qualquer coisa para conquistá-la, até subir ao Everest – o que ninguém esperava é que ele de fato faria isso. 

Com o patrocínio de uma rádio local e de uma empresa que exige que seu logo apareça em tudo, ele parte rumo ao Nepal. Acaba se tornando um herói na sua comunidade conforme vai vencendo cada etapa da escala. Sem cair no dramalhão humano em nenhum momento nem passar mensagens edificantes, vamos vendo Samy chegar cada vez mais perto de seu objetivo, até finalmente alcançá-lo. As cenas finais, quando volta para casa e é recebido como herói, dá uma cutucada na ferida das diferenças sociais na França atual.

Apesar de algumas piadinhas de duplo sentido, dá para assistir com as crianças sem medo.

Link para o trailer do filme aqui: A Escalada

Que tal viajar por Lisboa sem sair de casa? O blog Descobrir Viajando fez essa lista de 5 filmes ambientados na capital portuguesa, para passearmos pelos mais lindos cenários de Lisboa sem sair de casa.

Confira outras maneiras de viajar sem sair de casa:


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13 respostas

  1. Muito bacana essas dicas de filmes na netflix! Eu assisti o Milagre da Cela 7 e curti bastante!Fiquei com vontade de assistir o Zoologico de Varsovia, vou tentar ver ainda hoje! Boas dicas!

  2. Que ótima lista de filmes dora do circuito de Hollywood, desses só vi um, preciso me atualizar, rs. Excelentes sugestões para o fim de semana que se aproxima.

  3. Uma ótima lista, filmes bem emocionantes. Desses ainda não vi "A escalada" e o "Thi Mai". Inclusive já coloquei na lista para assistir. Bom fugir dos filmes de Hollywood.

  4. Ótima seleção de filmes da Netflix, esse Milagre da cela 7 então, foi um filme lindo. alguns ainda não vi, mas vou assistir , pois já coloquei na lista.

  5. Encontrei seu post em ótima hora rs
    Vou passar o sábado maratonando filmes e séries! Das sua lista de filmes da Netflix fora do circuito Hollywood só vi o nº2 e adorei!

  6. Que bacana essas dicas de filmes! E concordo com você, o isolamento tem nos feito passar mais tempo assistindo a filmes com a família. Adorei essa sua seleção de 7 filmes da NETFLIX que estão fora do CIRCUITO DE HOLLYWOOD. Amei o viver duas vezes, foi um misto de muitos risos e emoção, mas ainda não tive coragem de ver o Milagre na Cela 7! Vou assistir àqueles que ainda não vi!

  7. Sempre gostei mais de filmes netflix fora do circuito Hollywood e aqui em casa ficam debochando de mim dizendo que só eu assisto esse tipo de filme. Dessa lista ainda não assisti: A Escalada e Bem vindo a Marly Gomont mas já anotei as dicas.Muito boa lista ! Beijocas

  8. Quem não gosta de dicas de filmes da Netflix? Fora do circuito de Hollywood, melhor ainda. Acredita que o único que assisti de sua lista foi Lion (que por sinal, super amei!)?
    Obrigada por compartilhar seus achados, parecem filmes maravilhosos mesmo, beijos.

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