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Roteiro pelo centro de São Luiz do Paraitinga

Conteúdo atualizado em 25 de janeiro de 2024

É uma vergonha mas confesso: em mais de 20 anos morando em São José dos Campos eu nunca tinha ido a São Luiz do Paraitinga, que fica a ridículos 80 km daqui! Não sei se por não curtir carnaval (São Luiz é super conhecida pelo seu carnaval tradicional com marchinhas) ou por achar longe e correr o risco de não ter nada interessante, fato é que finalmente passamos um dia lá e fiquei apaixonada! E ligeiramente triste por não ter ido antes.

São Luiz do Paraitinga é uma cidadezinha em meio à Serra do Mar, localizada no caminho para Ubatuba – seu acesso é pela temida Rod. Oswaldo Cruz, famosa pelas suas curvas acentuadas. O que a maioria das pessoas não sabe é que essa rodovia está em excelentes condições, e as curvas acentuadas estão somente no trecho de descida da serra para o litoral – portanto, dá pra chegar em São Luiz do Paraitinga sem sustos, vindo da Rod. Pres. Dutra até Taubaté, e só então pegando a Rod. Oswaldo Cruz desde o início. São cerca de 30 km da Dutra até a entrada para o centro histórico de São Luiz.

A cidade é famosa pelo carnaval, quando fica cheia de turistas, pelas trilhas e pelas opções de rafting. Em 2010 sofreu um tremendo baque quando uma cheia do rio Paraitinga arrasou a cidade, destruindo grande parte do seu centro histórico e deixando muitos desabrigados.

Na época, me lembro das notícias e da mobilização para ajudar os desabrigados, mas não tinha ideia da dimensão da destruição e do sucesso que foi a reconstrução. A perda em termos de edifícios históricos foi grande, mas andando pela cidade nem se nota. Da Igreja Matriz São Luiz de Toloza, por exemplo, construída originalmente em fins de 1700, restou praticamente uma única parede. O bonito é que hoje, além de totalmente restaurada, nas paredes laterais foi criado uma espécie de memorial – com a história da restauração, homenagens aos responsáveis pela restauração (cerca de 150 pessoas) e partes das paredes e detalhes da igreja original, que foram recuperados dos escombros. Muito lindo de se ver!

A Igreja Matriz fica na praça central da cidade – toda cidadezinha antiga que se preze tem  o conjunto igreja + praça com coreto, e São Luiz não é exceção. A praça parece ser ponto de encontro, com direito a barraquinha de pipoca e churros no fim da tarde, e a criançada correndo atrás das pombinhas (malinhas incluídos!). A maioria das antigas casas coloniais em volta da praça foi restaurada e muitas hoje são comércio, formando um conjunto colorido muito simpático.

Dali da praça começa o “circuito turístico de pedestres”, uma indicação para conhecer os principais pontos do centro histórico, que são: a Igreja Matriz, a Capela das Mercês, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a casa de Oswaldo Cruz e o Mercado Municipal. Já adianto que, apesar de ser circuito para pedestres, é preciso pernas fortes e bom fôlego para vencer as ladeiras todas, ainda mais se for um dia com sol a pino como o que pegamos. Mas dá pra ir de carro em todos eles.

Subindo uma ladeira ao lado da igreja matriz chega-se à Igreja Nossa Senhora do Rosário. No caminho, uma homenagem aos artistas que se apresentavam num teatro que existia ali e, ao lado da igreja, casinhas coloridas fofas. As ruas são tão íngremes que há escadas em vários pontos, cortando o caminho para os pedestres. É tudo perto mas tem que ser meio atleta pra morar por ali…

Ficamos encantados com o interior da igreja, que estava enfeitada para um casamento. Bem pequenininha, mas os detalhes dos vitrais e o conjunto como um todo formam um cenário muito lindo. Nos fundos fica o cemitério (também uma composição super comum em cidades antigas: igreja e cemitério).

Dali subimos mais um pouco até a Casa de Oswaldo Cruz. Construída em 1834, foi a casa onde nasceu e cresceu o famoso médico sanitarista que combateu a febre amarela e a varíola no Brasil. Hoje a casa funciona como um museu, não só sobre o médico ilustre mas também sobre a cidade e seus costumes, como o famoso carnaval.

Há objetos e móveis antigos, vários bonecões utilizados no carnaval, mas o que mais nos impressionou foram os painéis – havia físicos e também interativos (dá pra ver os dois nas duas primeiras fotos desse post) – contando sobre a história da cidade, fatos sobre a enchente de 2010 e a reconstrução da cidade, curiosidades sobre os costumes dali… um panorama muito abrangente e didático sobre a rica vida cultural de São Luiz do Paraitinga.

Ao fim da rua, descendo a Ladeira das Mercês, chega-se à Capela das Mercês, que também foi totalmente reconstruída após a enchente. Essa rua foi calçada com pedras retiradas do rio Paraitinga pelos escravos, e conta com um painel de azulejo retratando a Rua do Rosário de antigamente. Esse trechinho da rua é fechado aos carros, e eu achei um dos mais bonitos da cidade.

A Capela Nossa Senhora das Mercês foi construída em 1834 e totalmente reconstruída após a enchente. Das paredes de taipa pouco restou, mas o sino e os detalhes da época do Brasil colônia permanecem originais. Na placa explicativa do lado de fora, uma curiosidade: ali fica uma das duas únicas imagens de Nossa Senhora grávida existentes no Brasil (confesso que tive dificuldade de identificar a barriguinha na imagem, mas enfim…)

Do outro lado da rua fica a Casa de Elpídio dos Santos, músico e maestro local, falecido na década de 70. Da mesma forma que a casa do Oswaldo Cruz, também se tornou uma espécie de museu que pode ser visitado, porém acabamos não entrando pois estava fechado quando passamos por ali.

Não dá para fechar esse post sem contar do nosso almoço, no super indicado Cantinho dos Amigos. Localizado numa rua paralela à praça principal, fica numa casa antiga cheia de detalhes deliciosos, a comida é por kg num fogão a lenha, o atendimento nota 10 em gentileza. Ouvimos dizer que ali é o melhor restaurante para comer o afogado, prato típico da região (ensopado de carne de vaca servido com farinha de mandioca, semelhante ao barreado do Paraná). Não posso dizer pois não experimentamos dessa vez, mas deu muita vontade de voltar lá e experimentar também a pizza. Também ficamos empolgados para voltar no último fim de semana de outubro, quando haverá a festa do Saci, um Halloween à brasileira. Quem sabe não rola um novo post?

Links úteis

Portal da prefeitura com informações sobre o calendário de eventos: www.saoluizdoparaitinga.sp.gov.br

Guia da cidade com informações turísticas: www.paraitinga.com.br

Página do restaurante Cantinho dos Amigos: www.facebook.com/Cantinho-dos-Amigos-Restaurante-e-Pizzaria

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9 respostas

  1. É sempre assim, né? quando a gente mora pertinho, aí é que deixa para depois mesmo. rsrs.. Adorei conhecer São Luiz do Paraitinga através do seu relato.

  2. Há tempos que quero conhecer São Luiz do Paraitinga e sempre ficava pensando exatamente a mesma coisa, "será que vai ter lugares legais para conhecer, à parte do Carnaval?!"

    Adorei as dicas!

    Vou me programar para passar um final de semana lá!

    Abraço

  3. Eu não conhecia São Luiz do Paraitinga e adorei lendo o seu post! Que cidade mais fofa, adoraria ir na próxima ida ao Brasil… Obrigada pelas dicas!

  4. Nunca tinha ouvido falar de Paraitinga e adorei conhecer pelo seus olhar. Que cidade pequena e bucólica. Não fique com vergonha de não ter ido antes lá apesar de morar pertinho. Isso acontece comigo também aqui no Rio… rsrs

  5. Tenho muita vontade de conhecer São Luiz do Paraitinga! Fiz uma viagem de carro pelo interior de SP mas acabei não passando por lá. Seu artigo me reacendeu essa lembrança. Obrigada por compartilhar 🙂

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