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Colonia del Sacramento e Buenos Aires – como combinar esses dois destinos em uma única viagem

Conteúdo atualizado em 10 de janeiro de 2023

Já há bastante tempo marido e eu queríamos comemorar nosso aniversário de “relacionamento” – como não casamos de papel passado, consideramos nosso aniversário o dia em que combinamos que estávamos namorando… e de lá pra cá se passaram 10 anos (e 2 malinhas ). O primeiro plano foi fazer big viagem, Europa juntos, super romântico: Portugal, que nenhum dos dois conhece, de ponta a ponta.

Mas tínhamos outras prioridades financeiras/familiares e por conta do preço do euro – e do tanto de milhas que tínhamos -, acabamos optando por Buenos Aires, mais barata, mais perto. O tempo também encurtou, de 2 para 1 semana, pois seria a primeira vez de fato que ficaríamos longe dos malinhas (que já passaram uma semana na casa dos avós, mas estávamos a 50 km de distância…). E por último, que quase nos fez desistir de vez, foi aquela surpresa que atingiu um montão de brasileiros nos últimos tempos: o desemprego. Nós dois pensamos e repensamos mil vezes se valia a pena essa viagem, se valia gastar economias que poderiam fazer falta mais pra frente. Cada caso é um caso, lógico, mas digo pra quem se vir nessa mesma situação: vá. Essa data não iria se repetir, os planos que fizemos por meses seriam mais uma frustração pra carregar, e ficar uns dias longe de tudo faz um bem danado, pra cabeça, para o coração e para o relacionamento, especialmente em situações delicadas como essa.

Dito tudo isso, fizemos o roteiro tentando economizar o máximo possível com o uso de milhas e pontos do cartão de crédito (e o que mais aparecesse). Aí embaixo todos os detalhes dessa viagem deliciosa de lua de mel!

O roteiro

Um dia em Colônia del Sacramento (Uruguai) e 5 dias em Buenos Aires. Voamos até Buenos Aires e tomamos o barco que atravessa o rio da Prata até Colônia. Retornamos de barco e ficamos em Buenos Aires até a volta para SP.

As passagens

Resgatamos os voos Gol São Paulo-Buenos Aires-São Paulo com milhas do Smiles, pagamos somente as taxas de embarque e o despacho de uma mala. Uma pena que voos resgatados com milhas não adicionam milhas à conta

O trajeto Buenos Aires-Colônia

Pesquisamos muito para tentar economizar o máximo possível nessa viagem de barco pelo rio da Prata, mas ainda assim o preço ficou salgado: 2200 pesos argentinos, ou cerca de 300 reais por pessoa (ida e volta).

Aqui vale a pena contar a história toda: há 3 empresas que fazem esse trajeto – Buquebus, Seacat e Colonia Express, sendo que as duas primeiras operam no mesmíssimo terminal e inclusive compartilham barcos, e eu até agora não consegui entender o porquê da diferença de preço entre elas. Enfim, é unanimidade na internet que a Buquebus é a melhor em termos de pontualidade e de qualidade, mas ficava cerca de 20% mais cara que a Seacat. E sobre a Colonia Express só vimos más notícias, desde atrasos e cancelamentos de última hora até a precariedade do terminal (que fica no extremo oposto ao da Buquebus, em Puerto Madero). A diferença de preço entre a Seacat e a Colonia Express, no período em que pesquisamos, era pequena demais para arriscarmos – sendo assim, compramos pela Seacat.

Também seguindo conselhos de vários outros viajantes, compramos as passagens com antecedência pelo site… e que novela!!! O site da Seacat pode melhorar e muito! Até a escolha das datas, horários e tipos de passagens (classes econômica, flexible, business), tudo vai bem, a agonia começa na hora de colocar os dados do pagamento. Para criar seu perfil de usuário no site, deve-se utilizar o RG, que é o nosso documento de identificação, mas no momento de inserir os detalhes do pagamento – número do cartão de crédito e etc – deve-se escolher a opção OTROS e colocar o CPF e não o RG, caso contrário o site não aceita. E a cereja do bolo: para finalizar o processo é preciso colocar um e-mail da Argentina!!!!! O hotmail ou gmail, mesmo sendo somente .com, não funciona. O conselho geral, que eu segui, foi criar um endereço de e-mail qualquer, colocando Argentina como país, só pra conseguir finalizar a compra. Vale enfatizar que esse e-mail não serve para nada além disso, pois o que realmente importa – a passagem em arquivo pdf – vai para o seu e-mail de cadastro. Para esse e-mail argentino vai somente a confirmação de pagamento

Alerta: Em muitos sites vi também que havia a possibilidade de comprar passagens mais baratas pelo site uruguaio da Seacat, mas agora isso não é mais possível pois é preciso ter nacionalidade uruguaia para finalizar a compra (é solicitado o número de identificação uruguaio no momento do cadastro).

No momento do check in é necessário apresentar o RG e a passagem impressa, e antes do embarque passa-se pela imigração – e não se esqueça de guardar os documentos que eles dão, pois será preciso apresentá-los na volta.

No geral, as viagens foram sem grandes transtornos, com exceção do atraso de uma hora na viagem Buenos Aires-Colonia. A viagem leva cerca de uma hora, e já fica um aviso para quem enjoa: nos trechos em alta velocidade quase não se sente que estamos em um barco, mas principalmente na chegada ele balança bastante. Eu mesma fiquei meio enjoada.

As acomodações são relativamente confortáveis, e todos podem circular livremente durante a viagem. Há um duty free e uma lanchonete dentro do barco. Tanto na ida quanto na volta, que eram dias de semana, o barco estava lotado.

Chegamos em Buenos Aires por volta das 13h e nosso barco para Colonia só sairia às 20, por isso deixamos as malas no guarda-volumes do terminal (a 50 pesos por mala, cerca de 7 reais) para podermos passear por Puerto Madero livremente. O guarda-volumes, que nada mais é que uma sala com cadeado no subsolo do estacionamento, deve ser pago diretamente no caixa do estacionamento. Esquisito, mas funcionou perfeitamente!

Os hotéis

Em Colonia, reservamos a Posada Le Vrero pelo Booking. Parecia simpática e era próxima tanto do terminal de desembarque do barco (como chegaríamos à noite, queríamos ir a pé até o hotel) quanto da parte histórica da cidade.

As acomodações eram bem simples, numa adaptação do que devia ser uma casa bastante grande e antiga (adoramos a chave!), mas com cama, lençóis e chuveiro bons. Um ponto forte do quarto é que, apesar de bem pequeno, havia vários locais para apoio das malas, um cabideiro para os casacos, cofre e criadinhos ao lado da cama.

O café da manhã era simples mas gostoso, na conta para uma ou duas diárias – mais que isso sentiríamos falta de mais variedade.

Nosso quarto ficava no térreo e apesar de ser quase em frente à recepção, um esquema de duas portas bloqueava bem o som e em nenhum momento isso nos incomodou. E mesmo com o frio que fazia (cerca de 7oC ou menos à noite), a temperatura na pousada estava sempre agradável. No quarto havia ar condicionado quente/frio que funcionava bem (eu testei). O wifi também funcionava bem e fomos tratados com muita cordialidade por todos os funcionários.

Esse lugar foi um dos mais baratos que encontramos: USD 56 a diária, mais ou menos R$ 212.

Em Buenos Aires, nos hospedamos no A Hotel, no bairro da Recoleta. Já adianto para não se impressionar pelo site, na verdade as acomodações são bem mais modestas (e antigas) do que parecem nas fotos. Pelo Booking, as 5 diárias que queríamos, com café da manhã, sairiam por aproximadamente R$ 1200. Utilizamos os pontos do nosso cartão de crédito e conseguimos um desconto de quase 50% nesse valor, o que foi ótimo.

A localização desse hotel é excelente, fica a poucas quadras do cemitério da Recoleta, 3 quadras da estação Pueyrredón de metrô, cheia de bares e restaurantes nos arredores, além do próprio bairro ser super agradável. Só por isso já valeu cada centavo.

Mas o prédio é muito antigo – segundo um dos atendentes, tem mais de 100 anos – e as instalações precisam urgente de uma reforma. Quem se incomoda com cheiro de velho deve passar longe dele. Não sei os outros quartos, mas no nosso o cheiro de mofo era forte por causa do banheiro – o box minúsculo vazava água. E quando digo minúsculo não estou exagerando, era diminuto mesmo, até pra mim que sou pequena. Uma coisa engraçada sobre ele era uma janelinha na porta – quem estava fora podia ver dentro, e vice-versa, intimidade zero ainda bem que marido e eu não temos problemas com intimidade!

Não temos queixa sobre o chuveiro, toalhas, cama e lençóis, nem sobre o aquecimento – com o frio que fazia, às vezes estava até quente demais.

A arquitetura do prédio é linda, pé direito altíssimo, aqueles janelões no quarto, e uma coisa curiosa é o formato arredondado das portas. Havia também um elevador antiquíssimo, com aquelas grades na porta – o outro elevador, utilizado pelos hóspedes, era antigo mas mais “normal”.

O café da manhã era bom, com algumas frutas, sucos, vários tipos de pães, media-lunas quentinhas… mesmo tomando café lá 5 vezes, não enjoei das opções. E o wifi funcionava perfeitamente!

O transporte

Em Colonia, só andamos a pé. No hotel fomos informados que o serviço de rádio-táxi funciona bem, mas não precisamos, pois estávamos relativamente perto de tudo.

Em Buenos Aires testamos um pouco de tudo. Quando desembarcamos no Aeroparque – que é o aeroporto mais próximo da cidade – acabamos pegamos um táxi ali mesmo, por pura preguiça e ignorando todos os conselhos de todos os blogs. Um motorista muito simpático nos cobrou 400 pesos (cerca de R$ 58) para nos levar até o terminal do Buquebus, em Puerto Madero, um trajeto de uns 12 km, consumindo grande parte do dinheiro vivo que tínhamos na carteira

Quando retornamos a Buenos Aires, 2 dias depois, saímos do terminal da Buquebus e subimos em direção à Av. Córdoba, onde chamamos um uber – as imediações do terminal estão em obras e o trânsito estava sempre carregadíssimo, por isso tentamos sair da muvuca. Depois de quase uma hora esperando e de um motorista que desistiu no meio do caminho, chegou nosso carro – dali até o hotel foram cerca de 4 km, a um custo de R$ 14. Na ponta do lápis, pouca diferença no preço entre táxi e uber, mas pela comodidade de não ter que pagar em dinheiro vivo acabamos optando por uber nos trechos mais longos.

Um ponto importante é que o uber não está regulamentado no país ainda, então os motoristas estão sempre meio tensos e pedem que o passageiro se sente no banco da frente, para não dar pista que são uber. Mas de modo geral funciona bem e é um pouco mais barato, além de ser mais confiável – os taxistas de Buenos Aires não têm fama muito boa.

Nosso meio de transporte principal, porém, foi o metrô – ou Subte, como dizem por lá. Estávamos hospedados a 3 quadras de uma estação e dali fomos para o centro da cidade diversas vezes, assim como o usamos para pegar o trem para Tigre. Muito simples e barato – cada viagem custava 7,50 pesos, ou pouco mais de 1 real. Mesmo para pegar o trem para Tigre utilizamos o mesmo cartão, só precisamos carregá-lo um pouco mais pois trata-se de um trajeto intercidades. E nada de diferente de qualquer outro sistema de metrô em qualquer outra cidade do mundo: todo tipo de gente, algumas estações e horários mais lotados que outros, muita gente tentando ganhar a vida tocando instrumentos ou vendendo coisas.

A comunicação

Se tinha uma coisa que não podia acontecer nessa viagem é ficarmos incomunicáveis – pelos malinhas principalmente. Já estava sendo difícil pensar em estar tão longe deles – longe de não dar pra pegar o carro e ir buscá-los se necessário – e marido tinha que estar acessível para um eventual contato de trabalho. Além disso, poder usar a internet na rua é uma mão na roda e nos salvou várias vezes, fosse pra achar um caminho, fosse pra reservar uma visita guiada de última hora.

Pesquisei e muita gente indicava o cartão da EasySim4u, que tem planos pra vários países. A vantagem é poder comprar antes da viagem e já sair do avião com o celular funcionando. Fui ver com eles se havia algum plano especial ou desconto para blogueiros e eles me deram um chip! Nem preciso dizer que adorei, a gentileza e a economia. No plano desse chip a internet estava liberada, bem como o uso do WhatsApp e das redes sociais todas, só não estava disponível para chamadas. Aqui no site www.easysim4u.com todos os detalhes dos planos disponíveis. Meu depoimento é que funcionou perfeitamente tanto na Argentina quanto no Uruguai.

Marido precisava estar disponível para chamadas e então contratou um plano da Claro, o Viaje pelas Américas, que custa R$ 9,99 por mês e inclui internet e chamadas. Também atendeu bem, embora com custo mais alto.

E essa era a parte prática da viagem! Recomendo muito a quem tem filhos pequenos e tem a sorte de ter alguém de confiança com quem deixá-los, que viaje a 2 de vez em quando, mesmo que por poucos dias. Dá um alento e uma renovada no casal. A saudade é grande mas vale a pena!

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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2 respostas

  1. Cíntia, gostei muito de sua reflexão sobre a decisão de ir ou não nesta viagem. Às vezes é preciso colocar desejos e prazeres à frente das finanças. E um break dos filhos é saudável para todo casal, eu recomendo muito!

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